27/10/2008
-15:25
O nome dele é diversão
Uma das atrações mais simpáticas e originais do próximo Salão do Automóvel,que começa no dia 30 em São Paulo, o Bugster da Fiat me fez lembrar dos famosos buggies dos anos 1970 e 80. Acho que poucos automóveis foram mais perfeitamente integrados ao perfil carioca – e praiano do Brasil – como aqueles fusquinhas com carroceria aberta de fibra. Comparativamente baratos, robustos e divertidos, fizeram um tremendo sucesso entre os jovens (especialmente os de espírito, já que não era raro ver gente de cabelo grisalho ao volante deles) na época. Com o avanço da indústria automobilística, das leis em relação à segurança e, provavelmente, da violência urbana – afinal, em um buggie, motorista e passageiros ficam totalmente expostos e desprotegidos –, esses carrinhos se tornaram mais raros, pelo menos aqui no Sudeste (no Nordeste, ainda há muitos pelas praias).
O Bugster ítalo-brasileiro (o verdinho berrante das fotos) é um exercício que combina futurismo com responsabilidade ambiental (idéias quase que diametralmente opostas ao velho buggie de guerra). Com motor elétrico e materiais naturais e/ou recicláveis, entre outras características, o carrinho da Fiat pode ser classificado como um carango politicamente correto para se divertir nas férias.
O buggie tradicional era inicialmente construído sobre o chassi do velho Fusca (muitas vezes, velho mesmo, prestes a ira pro ferro-velho ou salvo deste), com os motores – 1.200, 1.300, 1500 ou 1.600 cc – que equipavam o besouro ao longo dos anos. E herdava do besouro muitas de suas qualidades e defeitos. Leve e equipado com rodas e pneus de grandes dimensões, vencia com facilidade duas e areais e ainda andava direitinho, para os padrões da época, no asfalto (especialmente em linha reta...).
Com o fim da produção do fusca e, mais recentemente, da Kombi com motor a ar – tradicional propulsor dos buggies –, o número de fabricantes desses carrinhos diminuiu bastante. A VW atualmente ainda fabrica motores refrigerados ar para reposição (não se sabe por quanto tempo) e ainda há buggies “zero” à venda – pelo menos, é o que diz o site da empresa Bugre, que, descobri na internet, funciona atualmente em Rio Bonito, aqui no Estado do Rio. Mas passear empoleirado sobre o banco traseiro do carango, com as mãos segurando o santantônio, na beira da praia – uma das boas lembranças que tenho do carro –, por exemplo, já não é mais permitido (não dá para fazer isso usando um cinto de segurança).
fonte: http://oglobo.globo.com/blogs/rebimboca/post.asp?t=o-nome-dele-diversao&cod_Post=135936&a=
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